PARQUE ESTADUAL DO JARAGUÁ

Rua Antonio Cardoso Nogueira, 539 - Tel. 3941-2162 / 3943-5222

Acesso pela rodovia Anhanguera km 18

 

Jaraguá, na língua Tupi significa Gruta do Senhor, Guarda do Vale ou Senhor dos Vales. Abriga, além do pico, a estação de trem do Jaraguá que foi aberta em 1891 com o nome de Taipas. Posteriormente teve o nome alterado para Jaraguá. As primeiras referências históricas da região datam do início do século XVI, quando Martim Afonso de Souza colheu informações sobre os recursos naturais e minerais da região. Os bairros surgem do desmembramento da Fazenda Jaraguá, que entre os diversos proprietários ao longo dos anos teve: Gertrudes Galvão de Oliveira e Lacerda, sua filha Ana Eufrosina de Araújo Ribeiro casada com Dr. Rafael de Araújo Ribeiro, Lucrécia Leme de Araujo casada com Teófilo Prado de Azambuja que compra parte da fazenda Jaraguá. Em 1939 a fazenda, onde se encontra o morro do Jaraguá, é adquirida pelo governo do Estado. Cria-se em 1961 o Parque Estadual do Jaraguá, ponto turístico de nossa cidade. As primeiras notícias que se tem do local é que nele estava estabelecido o português Afonso Sardinha, caçador de índios e traficante, que descobriu vestígios de ouro no ribeirão Itaí, no pico, por volta de 1580. No entanto, como os índios dominavam a região, travaram-se numerosas guerras contra os nativos da terra. A mineração, portanto, só teve início dez anos depois. O ouro do Jaraguá foi explorado até o esgotamento, no século XIX. Os garimpeiros deixaram visíveis marcas de sulcos e escavações nas rochas do pico.

 

Em 1946, a Prefeitura de São Paulo transformou o pico do Jaraguá em ponto turístico da cidade. Em 1961, foi criado o Parque Estadual do Jaraguá, onde os visitantes podem conhecer as pias de lavagem manual do ouro ao lado das ruínas do grande casarão do próprio Afonso Sardinha. Esse parque foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico) em 1983. Em 1994, o Parque Estadual do Jaraguá foi tombado pelo Patrimônio da Humanidade pela Unesco, passando a integrar a Zona Núcleo do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, Reserva da Biosfera. Ainda hoje existem na entrada do Parque do Pico do Jaraguá uma aldeia formada pelos descendentes de tribos indígenas que moram no local, porém estão em total estado de penúria.

 

O parque é feito por vegetação de Mata Atlântica e Cerrado (Savana-arborizada), contém oito trilhas, no entanto hoje em dia apenas três estão abertas ao publico. As outras estão fechadas para recuperação natural e poderão ser reabertas após avaliação. Algumas dessas trilhas estão em locais perigosos onde já ocorreram acidentes graves. Existe uma estrada asfaltada que leva ao pico que inicia na rodovia Anhanguera km 14 e termina no topo do pico, chamada Turística do Jaraguá. Só a subida, da cancela da entrada no parque até o topo, são 4.500 m.

  

PISTA DE CAMINHADA 

Não há um começo nem fim oficial, mas existem vários caminhos dentro do parque com trechos alternados de pedra, terra e cimento. É possível correr em alguns momentos, mas em outros mais parece uma trilha. Não há grandes subidas ou descidas, podendo ser feito por qualquer pessoa em ritmo leve. Melhores dias: de semana pela manhã, com pouco movimento e muito verde e ar puro. 

  

Desde 1961, a área do Pico do Jaraguá é mais que um símbolo da cidade de São Paulo, é também uma importante unidade de proteção ambiental.

O Parque Estadual Jaraguá foi criado em 3 de maio de 1961 para fins de conservação, porém, o interesse do poder público em proteger seus recursos naturais já se desenhava anos antes quando o governo estadual adquiriu a Fazenda Jaraguá nos anos 1940. Buscando atenuar as alterações na sua biodiversidade e recuperação da flora nativa, foi feito o plantio de espécies nativas como ipês, guapuruvus, paineiras, paus-jacaré e corticeiras (Plano de Manejo, 2009).

O Parque Estadual do Jaraguá se configura como uma Unidade de Conservação de alta relevância para a região metropolitana, pois além de minimizar o impacto ambiental provocado pelos setores urbano e industrial, também contribui diretamente para o sistema de Unidades de Conservação da região metropolitana e para o sistema de áreas verdes do município de São Paulo. Com uma área demarcada em 492 hectares, o parque conta com a predominância de dois biomas: Mata Atlântica e Cerrado, que servem de abrigo para diversas espécies da fauna e flora, algumas ameaçadas de extinção.

História

O PEJ tem uma grande relevância histórica em nível nacional. Antes da chegada dos portugueses no século XVI, o território era povoado por indígenas das etnias Guaianás, Tupis e Carijós. Com o avanço dos Bandeirantes em busca de riquezas e de mão de obra escrava, as tribos locais foram extintas em razão dos conflitos.

O termo “jaraguá” provém do idioma guarani e pode ser traduzido como “Senhor dos Vales”. Devido ao seu relevo, o pico do Jaraguá se tornou como uma bússola para os Bandeirantes, pois através dele era possível identificar e planejar incursões rumo ao interior do território.

O Jaraguá é um importante símbolo no Período Aurífero. O bandeirante Afonso Sardinha é considerado o pioneiro na exploração de metais preciosos do Brasil. Foi ele que se estabeleceu na região do Jaraguá e deu início às extrações de ouro no local. Um casarão que leva seu nome, ainda se mantém de pé nas instalações do PEJ, sendo hoje o principal atrativo histórico-cultural do parque, tombado pelo Patrimônio Histórico.

Após séculos de intensa exploração, o ciclo do ouro chegou ao fim em meados do século XIX, dando início a uma nova atividade econômica voltada ao setor agrícola tendo como principal produto o café. No entanto, a economia cafeeira não durou muito e após a crise de 1929, seu ciclo se encerrou. A Fazenda do Jaraguá foi desapropriada e seu território com cerca de 202 alqueires foi arrendado pelo estado para se tornar, anos mais tarde, o Parque Estadual Jaraguá.

Fauna e Flora

Apesar de possuir uma área relativamente pequena, o PE Jaraguá abriga uma ampla variedade de espécies animais e vegetais nativas da Mata Atlântica e do Cerrado. Alguns dos indivíduos que constituem a fauna local são os macacos-prego (Sapajus apella), veados-mateiros, quatis (Nasua nasua), jacus (Penelope obscura) e bichos-preguiça (Bradypus torquatus). Representando a flora, temos jatobás (Hymenaea courbaril), cedros-rosa (Cedrela fissilis), paus-jacaré (Piptadenia gonoacantha), ipês-amarelos (Tabebuia alba) e as palmeiras-juçara (Euterpe edulis).

Principais Atrativos

Trilha do Silêncio. Uma trilha linear, que possui uma extensão de 800 m (ida/volta), de dificuldade baixa, foi adaptada para pessoas com mobilidade reduzida, dessa forma se tornou símbolo da luta da UC para a inclusão das pessoas com deficiência. Os visitantes encontram placas informativas e de interpretação ambiental em todo o percurso. Além disso, é possível avistar diversos exemplares de fauna e flora da Mata Atlântica. Ao final da trilha, há um espaço para contemplação da paisagem com isolamento acústico natural devido à grande densidade de árvores no local.

Trilha da Bica. Uma trilha com um percurso total de 1,6 km (ida/volta), de dificuldade média e baixo grau de declividade. Como seu próprio nome sugere, existe, ao final do percurso, uma bica d’água e placas interpretativas que auxiliam no processo de reflexão sobre os corpos hídricos. Além disso, é possível observar alguns exemplares de mata nativa como o palmito-juçara, a figueira-branca e o jerivá.

Trilha do Pai Zé. A trilha, que atrai o maior número de visitantes, possui uma extensão de 3,6 km (ida/volta) com dificuldade considerada difícil e alto grau de declividade. É a única trilha que conecta a parte baixa do parque até o Pico do Jaraguá. Durante o trajeto é possível observar a transição entre os biomas de Mata Atlântica e de Cerrado. Além disso, é possível encontrar exemplares de afloramentos rochosos e cursos d’água que complementam a paisagem do local.

Mirante do Pico do Jaraguá. Localizado no ponto culminante da cidade de São Paulo, com 1.135 m de altitude, o mirante do Pico do Jaraguá proporciona ao visitante a possibilidade de admirar uma vista privilegiada da cidade e de toda a região metropolitana, com possibilidade de avistamento da Serra do Mar em dias de céu limpo.

Fonte: www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br