ALDEIAS TEKOA PYAÚ E TEKOA ITU

Rua Comendador José de Matos, 368

Entre o Parque Jaraguá e rodovia dos Bandeirantes

 

A Aldeia do Jaraguá-Itu teve início na década de 1960 com a chegada ao local da família de Joaquim Augusto Martins e sua esposa, dona Jandira Augusta Venício. A aldeia subdivide-se em parte de baixo e parte de cima, divididos pela Estrada Turística do Jaraguá. A de baixo é a mais antiga e onde moram a Cacique Jandira e seus filhos, noras, genros e netos e de onde já foi extraído ouro. A parte de cima, que faz divisa com a rodovia dos Bandeirantes, ainda não está regulamentada em nome dos indígenas, e lá vivem mais de 200 pessoas dentre elas várias crianças, todos em situação de pobreza. Outros problemas enfrentados pela aldeia são os cachorros abandonados no local que já chegam a 400, segundo estimativas de quem ajuda a mantê-los com doações, e o lixo acumulado dentro da parte de cima da aldeia, pois um acordo antigo da prefeitura com os moradores não existe mais e o lixo vai se acumulando entre as casas.

 

Quem recebeu gentilmente o Pirituba Net e nos acompanhou durante o tempo em que permanecemos na aldeia foi Roberto Guarani, uma espécie de assessor de imprensa da aldeia. A melhor notícia - talvez a única - que pudemos registrar foi a construção pela prefeitura do CECI - Centro de Educação e Cultura Indígena do Jaraguá, onde as crianças têm aulas de guarani e língua portuguesa, recebem alimentação diária como uma escola normal e tem no andar superior uma espécie de cinema, com telão para apresentações e palestras. A sala da administração da aldeia, os equipamentos de limpeza e da cozinha, a Internet e todos computadores da sala de informática são pagos pela prefeitura. Em outro espaço de eventos similar a um teatro e o grande galpão usado normalmente para os cultos religiosos aos domingos têm como funcionários os próprios moradores do local, que recebem uma ajuda de custo baixa, segundo Roberto. Artesanatos e peças da cultura feitas pelas crianças são guardadas e vendidas quando necessário, em festas ou aleatoriamente pela região. 

 

Em 1997 a aldeia recebeu a visita do sertanista Orlando Villas Bôas. Orlando levou alguns índios para um colégio da região, fez uma palestra, contou muitas histórias e respondeu perguntas de alunos. Recentemente um programa de televisão noticiou que a aldeia seria transferida para Sorocaba, o que não confere com a realidade, segundo Roberto. A verdade é que algumas famílias serão levadas para o Vale do Ribeira, mas a maior parte ficará no mesmo local atual. As fotos abaixo registram parte desta história, que terá continuação em breve.

  


JULHO 2020

Ação educacional e preventiva do Corpo de Bombeiros com os indígenas das aldeias do Jaraguá na concha acústica do Parque do Jaraguá.


MAIO 2020

A Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico iniciou a distribuição de 13,1 toneladas de ração recebidas no último dia 7 deste mês para as aldeias indígenas do município e também para as pessoas em situação de rua com animais. Já foram atendidas as aldeias Jaraguá, Tenondé Porã e Krucutu. Também houve entrega nas comunidades do Moinho, na região central, e São Remo, na zona Oeste. A ação segue contemplando mais sete regiões e os abastecimentos recomeçam sequencialmente em cada local. A operação foi idealizada pela Cosap e a doação realizada pela World Animal Protection, entidade de atuação mundial em defesa dos animais, em parceria com uma grande empresa do setor. Essa foi a primeira ação destinada para cães e gatos desde o início da pandemia. Solidariedade também para os animais. (Prefeitura de São Paulo)


JANEIRO A MARÇO 2020

Cerca de trinta indígenas da etnia Guarani Mbya ocuparam em 30 / jan um terreno da construtora Tenda na rua Comendador José de Matos na região do Pico de Jaraguá, em protesto contra derrubada de 4 mil árvores nativas do espaço. Uma área é vizinha a seis aldeias da comunidade Mbya, que representam cerca de 500 indígenas no total. Um dos líderes da comunidade, David Fernandes, conta que o grupo seleciona ocupar uma área quando acorda com um barulho de serras elétricas iniciando a derrubadas nessas árvores. Uma reintegração de posse foi aprovada pela justiça até 10/03 e, no dia marcado, após uma longa negociação, os indígenas deixaram o local pacificamente às 16:30 h, mas permaneceram acampados em frente ao terreno da Tenda até a prefeitura receber como direito concedido. à construtora, autorizando uma derrubada de árvores em 50% do terreno. 


JUNHO 2019

Novo subprefeito inicia revitalização da aldeia, começando por limpeza e pintura: caçambas de lixo foram colocadas na calçada e arte com grafitti. O asfalto será arrumado assim que uma empresa terminar as obras na via e os animais receberão atenção também; para a segurança a previsão de instalação de câmeras. Em breve, mais detalhes destes serviços com a palavra do subprefeito, Edson Brasil.


AGOSTO 2017

Ministério da Justiça anula reserva indígena do Pico do Jaraguá

 

O Ministério da Justiça revogou a decisão de criar uma reserva indígena no Pico do Jaraguá, na zona Norte de São Paulo. A decisão saiu no Diário Oficial da União desta segunda-feira (21). A pasta anulou a portaria nº 581, de 2015, que garantia mais de 500 hectares de terra aos guaranis. Para isso, alegou “erro administrativo no procedimento inicial, que resultou em demanda de alteração da dimensão da terra indígena para 512 hectares”. O texto diz ainda que a área “foi demarcada sem a participação do Estado de São Paulo na definição conjunta das formas de uso da área”. Para a revogação, também diz que a terra indígena Jaraguá tem a extensão de aproximadamente 3 hectares. A Terra Indígena Guaranis tem quase 700 pessoas, sendo que mais de 400 são crianças. Elas aprendem o guarani antes do português. Os índios vivem em condições precárias, e muitos recebem o Bolsa Família. A maioria das casas é feita de chapas de madeira e chão de barro mesmo. (Fonte: g1.globo.com) 


DEZEMBRO 2016