Agnaldo Veríssimo da Silva tem trabalho voltado à crianças carentes em Pirituba, através do beisebol atualmente no CDC Jardim São José, Pirituba. Ele é presidente da Associação Brasileira de Beisebol e Softbol e coordenador de quatro núcleos do esporte na Grande São Paulo (Pirituba, Caieiras, Capão Redondo e Jardim Pery) e participa da Associação Brasileira de Beisebol e Softbol Abbs. Ex-menino de rua com passagem pela Febém, começou sozinho, com sete alunos da Igreja Batista de Pirituba e no sábado seguinte já havia 30 garotos querendo jogar beisebol. Hoje, os quatro núcleos somam 270 alunos. Toca o projeto com cerca de mil reais por mês, vindos de uma agência de turismo e uma organização não-governamental americana. Também recebe doação de material, como bolas, luvas e tacos. Agnaldo está com o novo espaço no campo do Satélite (foto abaixo) e um dos seus ex-alunos é hoje um dos jogadores da seleção brasileira de beisebol.
XADREZ NO CAMPO
Garotos descobrem a vantagem de jogar beisebol
Nada de chuteiras, meião ou bola de futebol. Essa turma gosta mesmo é de luva e bastão. Eles jogam beisebol, esporte muito praticado nas Américas central e do norte. Toda a semana cerca de 120 garotos carentes jogam no Centro de Treinamento Mutinga, conhecido como Mutingão, localizado no bairro de Pirituba, na zona oeste da cidade de São Paulo. A rotina é dura: eles treinam meio período, quatro dias por semana e ainda participam de campeonatos internos aos sábados. Mas ninguém reclama “Antes, eu andava na rua, sem fazer nada”, recorda Valdenilson Pereira do Santos, um dos jogadores do Mutingão. Além de praticar uma atividade física, os jovens também desenvolvem a habilidade e o raciocínio lógico. Segundo o professor e preparador físico do Centro de treinamento, Roberto Hosni, o beisebol requer muita atenção do jogador. “É um xadrez de campo, pois é um jogo terrivelmente estratégico”, alerta o professor.
Para acompanhar o desenvolvimento da garotada foi criado um projeto pedagógico que dá aulas de reforço e reencaminha para a escola jovens que pararam de estudar. É comum entre os jogadores a repetência de série e os atrasos nos estudos. Mas o Centro de Treinamento quer reverter esse quadro. Emerson da Silva Santos, de 15 anos, ainda cursa a sexta série do ensino fundamental. Ele já está jogando beisebol há quatro anos e hoje pretende ser advogado. “Comecei a entender o beisebol e aprender o que é certo e o que errado”, afirma Emerson. A noção do certo e do errado é uma das características do beisebol. Por ser um jogo que exige uma disciplina rigorosa, os jogadores precisam seguir e respeitar as regras. Isso acaba refletindo fora do campo, pois os alunos tornam-se mais responsáveis. O beisebol também estimula o trabalho em grupo. “A coisa mais difícil na educação é você começar a entender que está num grupo”, declara o professor Paulo Vilhena de Toledo, coordenador do projeto pedagógico do Centro de Treinamento Mutinga. (fontezero.hpg.ig.com.br)