IGREJA NOSSA SENHORA ASSUNÇÃO

Rua Dr. Argemiro Couto de Barros, 268

Jd Felicidade - Pirituba - Tel. 3238-7284

 

“Um pouco mais em cima, no morro, padre!", dizia o Sr. Jorge Alves ao padre Pedro Morvidi, da São Luís Gonzaga, Vila Barreto, que com outros padres e alguns fiéis da redondeza, foi ver o loteamento e o lugar onde deveria surgir a nova Igreja do Jardim da Felicidade; porque estava cansado, que­ria parar no meio do caminho, mais embaixo de onde agora fica a Igreja Nossa Senhora da Assunção. Nos idos de 1959 era um dia de semana. Dom Mauro deu início à construção de uma pequena capela para a Comunidade, que ficou dependente da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora até 1975, pois a obra seguia, mas Dom Mauro sempre a fazia prolongar, acrescentando "um pedacinho a mais” aprimorando o projeto. Quando, em outubro de 1964, chegaram os dois novos padres jovens, Dom Martinho Palumbo e Dom Lourenço Russo, a Igreja já tinha sido terminada e a atual imagem da Padroeira, vinda de Vallombrosa e doada pelo Abade Geral Dom Alfonso Salvini, já colocada sobre o altar-mor.

 

Antes da chegada destes últimos, passaram em Pirituba outros monges: Dom Bento Bianchi, que ficou mais na Vila Barreto ajudando Dom Pedro Morvidi, e Frei José Comiotto, que foi embora para a Itália um ano depois, sen­do substituído por Dom Luis Celardo, que ficou apenas um ano e voltou para o Mosteiro de Montenero, Itália. Em 1968, veio visitar a Comunidade Monástica, o novo Abade Geral, Dom Enrico Baccetti, que trouxe o Frei Enrico Crippa, que permaneceu no Mosteiro São João Gualberto e trabalhou com Dom Martino, vigário; com Dom Lourenço, encarregado das vocações, da parte cultural e social; e com Dom Rodolfo, Superior da comunidade. Tudo estava ainda no começo: A construção e ampliação do Mosteiro e do Colégio. Nestes anos houve uma promoção vocacional e a formação da comunidade, como também o trabalho pastoral e social na paróquia, além da construção de novas Capelas em Pirituba, que de­pois se tornaram paróquias; tudo estava em crescimento e em expansão, seja espiritual e pastoral, quanto material; seja na comunidade, quanto no povo e nos bairros.

 

Em 1967 o Mosteiro São João Gualberto já tinha sido declarado "sui iuris", isto é, com certa autonomia e independência jurídica. Ao mesmo tempo se tornou a sede oficial da Congregação Beneditina Vallombrosana, no Brasil. Foi também o início do seu maior desenvolvimento: porém, só em 2002, foi criada a comunidade dependente do mosteiro de Pirituba, em Jundiaí, o mosteiro Nossa Senhora do Montenegro. Mas, como é natural, com o aumento da população, do território e das obras, cresceu também o trabalho pastoral dos padres, que nem sempre conseguiam fazer tudo da melhor maneira. Eles sempre precisavam de mais ajuda, de padres e vocações locais, isto é, brasileiras, que nunca eram suficientes, ao menos naquele período.

 

  

OS PRIMEIROS MONGES BRASILEIROS

Os companheiros, brasileiros, da primeira hora foram o Irmão Antônio Viana dos Santos e o Irmão Valdir Vicente dos Santos; depois vieram Dom Geraldo Evaristo da Silva, Dom Pedro Savelli, Dom Valdecir, Dom Robson, Dom Almir e todos os outros, que continuam firmes na missão monástica, pastoral, social e cultural, com todo o seu desenvolvimento. Antes, desse período, vieram ainda vários padres da Itália, às vezes se revezando, outras vezes ficando mais tempo. Assim em 1970 chegaram Dom Pasquale Papini e Dom Emanuele Fúria. Este último, foi o primeiro pároco e Superior do Mosteiro São João Gualberto. Durante o priorado dele, Dom Enrico Crippa estudou Filosofia e Teologia no Brasil e foi ordenado padre, em 2 de julho de 1980, pelo Papa João Paulo II, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Foi preciosa a atividade dele, monástica, pastoral e social — pense no Educandário Pier Angela e padres Lemmi que fundou em Jundiaí — foi pároco de Nossa Senhora do Montenegro por dezoito anos.

 

Em 1976 chegaram a Pirituba mais dois padres: Dom Angélico Tamburano, que foi pároco em Jundiaí e no Jardim da Felicidade, e Dom Pedro Latini, que foi pároco de Nossa Senhora da Assunção por duas vezes. E em fim não posso deixar de lembrar Dom Ildebrando Cascavilla, que foi Superior do Mosteiro São João Gualberto de 1984 a 1994. Em junho 1977 aconteceu uma grande surpresa. O Superior do Mosteiro São João Gualberto desde 1971, Dom Lourenço Russo, foi eleito, em Vallombrosa, Abade Geral da Congregação e teve que deixar não só o ofício de Superior do Mosteiro, mas também o Brasil. Deixando, aqui, também o seu coração. Sentindo muita saudade, sentimento que lhe deu a força e a coragem de continuar a pensar, trabalhar e ajudar de muita maneira a Comunidade dos monges e as obras de Pirituba e Jundiaí.

 

Mas este aspecto da saudade marcou todos os padres que trabalharam no Brasil: em Pirituba e Jundiaí. Eles levaram consigo a gratidão a Deus e ao povo, a bela experiência monástica e pastoral destes anos, convencidos que foi mais o que receberam do que deram! Ainda mais: todos os esforços, sacrifícios, vontades, sonhos, sofrimentos, lutas, dedicação, orações, além das obras que fizeram, foram raízes profundas que ainda hoje dão frutos e continuam. De tudo isto o povo de Pirituba e de Jundiaí está bem consciente, reconhecido e agradecido a Deus e aos padres! Neste quadro rápido da nossa pequena história do Mosteiro São João Gualberto e da Paróquia Nossa Senhora da Assunção muitas coisas não foram colocadas, mas não podia, pela brevidade, e nem me foi pedido, fazer uma história completa.

 

Dom Lourenço Russo / Abade Geral, emérito

Livro "Comunidade Viva Assunção 50 anos" 1959-2009  


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